quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sua menina tão só

Essa madrugada, além do cheiro do café que é fiel à minha vontade de não dormir, tem cheiro de saudade. Uma saudade que não tem nome, nem descrição. Ela chegou de mansinho e sem avisar se alojou bem no fundo do coração, não passou pela cabeça, não comunicou a razão, não quis saber de qualquer outra parte do corpo, foi reto no coração. E agora mora lá, a maior parte do tempo e não me dá sossego. Às vezes ela vem em forma de lembranças e aí deixa escapar uns sorrisos involuntários e me surpreendo cantarolando as músicas que ouvimos juntos, mesmo sabendo que elas não são mais tão lindas quando não tem a sua voz baixinha no fundo.
E não sei se é por que quando estou com você, milhões de borboletas invadem o meu estômago e ficam lá fazendo festa, ou se é pela sua incansável mania de me olhar. Mas talvez os nossos banhos quentes tenham mesmo deixado um costume, costume tal, que hoje o meu banho sozinha é gelado e dura menos de 7 minutos.
Até os meus pés sentem a sua falta, ficam me pedindo meias; não, eu não quero meias, quero os seus pés droga.
Tudo isso tem até um som meio poético. Porém poético pouco é. Na realidade me consome me devora e me faz sentir o sabor do injusto. Do injusto que se confunde com o sabor do meu café amargo e que tomo sozinha enquanto você passeia por aí entre os seus bairros e avenidas. Podia mesmo era me fazer companhia pra não deixar a sua menina tão só.
Só posso chegar à uma conclusão: ou sentimentalidades soltas ou uma TPM desgraçada.

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